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Irlanda – Mitos e lendas celtas na Ilha Esmeralda - Novas Fronteiras Viagens
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Irlanda

Mitos e lendas celtas na Ilha Esmeralda
Viagens com especialistas / Irlanda

Irlanda

desde 2925€

por pessoa
19 Jul - 26 Jul 2023
8 dias
Mín. 20 Pessoas

 

Viagem à Irlanda

 

Fazendo parte de uma ilha situada no Atlântico Norte, a República da Irlanda é uma nação independente que faz fronteira com a Irlanda do Norte, pertencendo esta última ao Reino Unido.

Cerca de 500 a.C., foi ocupada pelos Celtas do Ramo Goidélico, ou Goidéis, falantes de gaélico, língua pertencente ao ramo céltico da família de línguas indo-europeia. A expansão dos Celtas pela Europa continua envolta em algum mistério. A teoria mais consensual defende que se fixaram na Europa central, particularmente na zona onde se situam hoje a Áustria e a República Checa, entre 800-450 a.C., na fase da cultura de Hallstatt, na Idade do Bronze. Daí terão partido para várias regiões da Europa, por volta de 500 a. C, na junção das épocas de Hallstatt e La Tène, tendo-se expandido para a Gália (principal região céltica até à romanização), Península Ibérica, Norte de Itália, Sul de França, regiões do Reno, Suíça, Países Baixos e Bélgica. De onde terão partido para chegarem à Irlanda é outro enigma. De acordo com a obra pseudo-histórica Lebor Gabála Érenn ou Livro das Invasões da Irlanda, cuja cópia mais antiga se encontra preservada no Livro de Leinster, manuscrito de cerca de 1150, têm como antepassado um príncipe da Cítia, Fenius Farsaid, inventor das línguas gaélicas, de cujo neto, Goidel Glas, surge o nome por que são conhecidos – os Goidéis são os descendentes de Goidel.

Ainda segundo o Lebor Gabála, depois de longo tempo viajando pela terra, este grupo celta chega à Península Ibérica e aí, Breogán, o seu chefe, funda uma cidade, de nome Brigantia onde constrói uma torre. Do topo desta torre, o seu filho Íth avista a Irlanda. Ora, Brigantia é a designação latina da Corunha, na Galiza, onde existe uma torre romana apelidada de Torre de Hércules, mas Brigantia também poderá ser Bragança, visto que os Celtas lhe dariam o nome de Brigância. Íth viaja então para a Irlanda e aí é morto pelos seus habitantes. Para vingar a morte de Íth, os Goidéis atacam a Irlanda com muitos homens, liderados por Mil Espáine (Miles Hispaniae ou Soldado de Espanha), pelo que adquirem o nome filhos de Mil ou Milesianos. Em solo irlandês, encontram os deuses que ainda percorriam os montes e vales – os Tuatha Dé Danann, ou tribo da deusa Dana – e conseguem vencê-los, não sem antes Ériu, uma das deusas, lhes pedir para atribuírem o seu nome ao país, lenda que explica a razão pela qual a República da Irlanda é conhecida em gaélico como Éire. Derrotados, os Tuatha De Danann não fogem, mas escondem-se no mundo subterrâneo, sob os montes ocos designados como síd, transformando-se nos Sidhe ou nas fadas, a quem os irlandeses dão também o nome de “O Povo Bom”.

Uma vez que a Irlanda nunca foi romanizada, os Celtas permaneceram em paz no território, mantendo as suas crença e rituais pagãos até à sua cristianização no século V por São Patrício, que chega ao país como missionário em 457. Não terá sido o primeiro monge a entrar no território, visto que Próspero da Aquitânia (390-455), discípulo de Santo Agostinho de Hipona, na sua Crónica, diz que, em 431, o Papa Celestino enviou Paládio (408/431 – 457/461) à Irlanda para espalhar a fé cristã. De qualquer modo, foi São Patrício quem disseminou o cristianismo pela Irlanda, sendo um dos seus santos patronos, cuja festa é comemorada a 17 de Março pelos Irlandeses espalhados por todo o mundo. De acordo com o material mitológico e lendário, ao chegar ao país deparou com Oisín, guerreiro e poeta, filho do grande herói Fionn Mac Cumhaill, que lhe contou as histórias dos seus conterrâneos. Maravilhado, São Patrício terá pedido para que fossem registadas por escrito e assim terão chegado até nós.

Nesta viagem à Irlanda visitaremos algumas zonas que se encontram intimamente relacionadas com a cultura dos Celtas e a sua mitologia, recuperando as antigas tradições e lendas ainda hoje associadas à paisagem.

Nos finais do século XII, Diarmait Mac Murchada, rei do Leinster, pediu auxílio a Henrique II de Inglaterra no seu conflito contra o Rei Supremo da Irlanda que o havia deposto em 1167, dando assim origem à invasão normanda da Irlanda em 1171, que passou a ser governada pelos reis ingleses, que a reorganizaram em espaços feudais. No entanto, os irlandeses donos de territórios começaram a opor-se aos senhores ingleses cerca de 1350, vindo, a partir daí, a suceder uma crescente revolta contra o domínio inglês, que se acentua em 1534, quando Henrique VIII tenta impor o protestantismo e dissolve os mosteiros. Em 1601, após a Batalha de Kinsdale, na qual os irlandeses católicos são derrotados, é assinado o Acto da Supremacia vindo este estabelecer que apenas ingleses e protestantes poderiam ocupar cargos de alta administração.

Entretanto, o Reino da Irlanda, que havia substituído o Senhorio da Irlanda em 1541, conhece novas rebeliões em 1641 que conduzem à tomada das terras irlandesas por Oliver Cromwell. Embora Dublin continuasse a florescer, especialmente após a chegada dos Huguenotes à cidade, em 1798, ocorre uma rebelião contra o domínio inglês na Irlanda, inspirada nos ideais das Revoluções Francesa e Americana. Os Irlandeses são derrotados e a Inglaterra acaba por dissolver o Parlamento irlandês em 1801, data em que é promulgado o Acto da União, que transfere o Parlamento para Londres e integra o país no reino Unido.

Entre 1845 e 1849 ocorre a Grande Fome devido a uma praga que destruiu o cultivo de batata, principal fonte de alimento dos Irlandeses. Esta crise levou à morte de mais de um milhão de pessoas e à emigração de cerca de cerca de dois milhões, deixando no país marcas profundas não só a nível histórico e político, mas também estético e literário. O facto de Londres não ter enviado alimentos para a Irlanda durante este terrível período fez crescer o ódio contra os ingleses, tendo contribuído para um sentimento anti-britânico e pelo desejo fervoroso de independência, tendo este, por sua vez, levado à formação do Sinn Feín (“Nós Mesmos), em 1905. São alguns membros deste movimento nacionalista que, juntamente com membros da Irmandade Republicana Irlandesa, dos Voluntários Irlandeses (liderados por Patrick Pearse), do Exército de Cidadãos Irlandeses (presidido por James Connolly) e do movimento Cumann na mBan, organizam uma rebelião contra a governação britânica na Irlanda na Páscoa de 1916, hasteando bandeiras da República na O’Connell Street, em frente à sede dos correios, que se tornou no quartel general dos revoltosos. Todavia, os rebeldes são capturados, muitos são aprisionados e dezasseis deles executados, o

que conduz ao crescimento da animosidade contra os ingleses e à intensificação do apoio popular aos independentistas.

Ao mesmo tempo, políticos, intelectuais e artistas de todas as vertentes recorrem aos mitos e lendas dos Celtas da Irlanda antiga de modo a defender os seus ideais nacionalistas, arvorando uma cultura própria, gaélica, num gesto que passa pela própria defesa da língua irlandesa, assim evidenciando a sua total independência face à cultura e língua inglesas.

Três anos depois, e até 1921, tem lugar a Guerra Civil Anglo-Irlandesa ou Guerra da Independência, na sequência da reafirmação da proclamação da independência de 1916 por parte de membros do Sinn Féin que haviam ganhado as eleições para o Parlamento e, tendo-se recusado a integrar a Casa dos Comuns britânica, instauram um parlamento irlandês. Embora a cidade de Dublin tenha sido bastante destruída durante o conflito, foi esse Parlamento que permitiu o reconhecimento da Irlanda enquanto Estado Livre, em 1922, ao qual a Irlanda do Norte não aderiu. No entanto, o Estado Livre Irlandês manteve-se dependente da monarquia inglesa. Em 1937, sob uma nova constituição, adquiriu o nome de Éire, embora a República da Irlanda só tenha sido oficialmente proclamada a 17 de Abril de 1949.

 

 

Ver itinerário

Irlanda

desde 2925€

por pessoa

1º DIA – 19 JULHO (4ª FEIRA) – LISBOA | DUBLIN

Comparência no aeroporto de Lisboa para formalidades de embarque em voo TAP com destino a Dublin. Saída prevista às 07h10. Chegada a Dublin pelas 10h00.
Acolhimento pelo nosso guia local e saída para visita a Howth, uma pitoresca vila de pescadores a 15 km de Dublin. Almoço em caminho.
De tarde iniciaremos a nossa viagem em Dublin, capital da República da Irlanda, dividida pelo rio Liffey, imortalizado pelo escritor irlandês James Joyce em Finnegans Wake (1939). Aí chegaram os Celtas Goidélicos cerca de 500 a.C, que se situaram na zona junto à margem norte do rio, dando-lhe o nome de Baile Átha Cliath, que significa literalmente “Assentamento do Vau do Caniço”.
A partir do século IX, a Irlanda vê-se ameaçada pelos povos do Norte e pelos seus guerreiros Vikings que, em 841, chegam a Dublin e estabelecem-se na margem sul do Liffey onde fundam uma base de inverno fortificada. A crítica contemporânea crê que anteriormente a esta fixação dos Vikings em Dublin, existiria, no mesmo lugar, uma comunidade monástica denominada Duibhlinn, palavra que significa “Lagoa Negra”, uma alusão ao alargamento do Rio Poodle na  sua junção ao rio Liffey, formando uma lagoa. A área logo se torna numa zona de comércio, particularmente a partir de meados do século X sob a chefia de Olaf Guthfrithson,  constituindo o Reino de Dublin, o mais antigo reino na Irlanda e  aquele que durou mais tempo, mantendo-se até à invasão normanda, em 1171.
Em Dublin, faremos questão de visitar alguns pontos de interesse, relacionados com a história da Irlanda e o seu passado celta, como a O’Connell Street, a mais ampla e movimentada avenida do centro de Dublin, onde está localizada a sede dos correios, construída em 1818, tendo à sua frente, a estátua do grande
herói Cuchulain, da autoria de Oliver Shepard, que celebra a insurreição da Páscoa de 1916, à qual William Butler Yeats, poeta laureado com o Nobel da Literatura em 1923, dedicou o poema “Easter 1916”. Yeats
foi, de resto, um dos expoentes máximos do Revivalismo Literário Irlandês associado ao Revivalismo Celta que, motivado por ideais simultaneamente estéticos e político-ideológicos, trouxe para a contemporaneidade os mitos e lendas dos Celtas que habitaram a Irlanda antiga e que se encontram preservados em manuscritos medievais a partir do século XI.
Saint Stephen’s Green, jardim localizado no centro de Dublin, cujo nome advém de uma igreja que aí se situava no século XIII, junto à qual se localizava um hospital para leprosos. O parque e o jardim começam a ser desenvolvidos a partir de 1670.  Foi Arthur Guinness, criador da famosa cerveja com o mesmo nome, quem pagou as dívidas de Saint Stephen’s Green, devolvendo o parque à população. Foi ele também que contribuiu para a redefinição deste espaço verde, entendendo que deveria constituir uma zona de tranquilidade e lazer no meio do bulício da cidade.
O Abbey Theatre, o teatro nacional da Irlanda, associado ao Movimento Dramático Irlandês, inscrito no Revivalismo Celta, e, muito particularmente a William Butler Yeats que o tornou no espaço onde concretizou os seus ideais literários;
A Ha Penny Bridge, ponte pedonal de ferro sobre o Rio Liffey, inaugurada em 1816;
Local de paragem obrigatória será o Trinity College e a sua biblioteca onde se encontra exposto o Livro de Kells, um dos mais belos manuscritos iluminados que, produzido no século IX, em Iona, na Escócia, ou em Kells, na Irlanda, contém maioritariamente os quatro Evangelhos na versão da Vulgata latina.
Jantar e alojamento no Hotel Jurys Inn Parnell Street 4* ou similar.

2º DIA – 20 JULHO (5ª FEIRA) – DUBLIN

Pequeno almoço no hotel.
Neste dia, começaremos por visitar a St. Patrick’s Cathedral, que foi erguida entre 1220-59 sobre um poço que terá sido utilizado por São Patrício e que veio tomar o lugar de uma antiga igreja. De seguida, entraremos em Dublinia ( o Museu Viking e medieval da cidade) e o Museu Nacional da Irlanda.
Tempo livre para aproveitar uma ida a um pub. Nenhuma visita a Dublin está completa sem se passar por um pub onde se pode ouvir boa música (idealmente ao vivo) e beber uma pint de cerveja, de preferência Guiness, marca criada em Dublin, em 1759, por Arthur Guinness.
A música tradicional constitui uma das marcas culturais da República da Irlanda, vindo celebrar a terra, a natureza e a espiritualidade, e mantendo um laço indissolúvel com a herança celta do país. Essa herança manifesta-se igualmente na dança, em particular no Ceilidh, palavra que originalmente significava “festa”, em gaélico. A música e a dança assumem especial relevância nas histórias de tradição oral, que se desenvolveram a partir das narrativas mitológicas, sobretudo nas que são protagonizadas pelas Fadas.
Jantar e alojamento no Hotel Jurys Inn Parnell Street 4* ou similar.

3º DIA – 21 JULHO (6ª FEIRA) – DUBLIN | GLENDALOUGH | KILKENNY – TIPPERARY AREA

Pequeno almoço no hotel.
O dia começará em Glendalough, ou Vale dos Dois Lagos – outrora um centro monástico, no condado de Wicklow e situado no Parque Nacional das Montanhas de Wicklow, criado no século VI por São Kevin. É um dos mais importantes centros monásticos da Irlanda. Para além da paisagem deslumbrante de lagos e vales em seu redor, é possível apreciar uma Torre Redonda cuja porta, como é habitual nestes monumentos, se encontra de frente para a entrada da igreja.
O nome em gaélico destas torres, Cloigtheach, sugere que poderiam ser utilizadas como torres sineiras, mas é possível que fossem locais de refúgio dutante as investidas dos Vikings na Irlanda.
A porta situava-se a uma altura considerável a partir do chão, o que contribui para esta última hipótese.
Em Kilkenny, iremos apreciar, para além da beleza da cidade, a catedral de Saint Canice, local de adoração e peregrinação desde o século VI. São Canice foi um abade irlandês que, no âmbito do cristanismo celta, levou a fé cristã a várias zonas da Irlanda e aos Pictos, na Escócia. Conheceu São Columba, fundador do mosteiro de Iona na Escócia, e casa-mãe de outros centros monásticos espalhados tanto por este país, como por todas as Ilhas Britânicas, como Kells e Durrow, na Irlanda, e Lindisfarne, em Inglaterra.
Kilkenny é uma adaptação inglesa da expressão Cill Chainnigh ou “Igreja de Canice”.
Jantar e alojamento no condado de Kilkenny ou Tipperary. Hotel Springhill Court Conference and Leisure Hotel 3* ou similar.

4º DIA – 22 JULHO (SÁBADO) – KILKENNY - TIPPERARY AREA|THE ROCK OF CASHEL | BRU BORU CULTURAL CENTRE |DUNGUAIRE CASTLE | GALWAY

Pequeno almoço no hotel .
Tipperary é um condado em Munster, que significa “Poço do Ara”, sendo Ara o rio que atravessa a cidade. Situado no coração do país, abriga o famoso The Rock of Cashel, local rodeado de monumentos medievais, que, na sua maioria, datam dos séculos XI e XII e que são dignos de visita.  A capela de Cormac, por exemplo, possui os únicos frescos irlandeses do período românico. The Rock of Cashel, também conhecido como “Cashel dos Reis” e “Rochedo de São Patrício”, é um ponto icónico, que possui um forte sentido religioso, uma vez que, de acordo com a tradição lendária, surgiu da montanha Devil’s Bit quando São Patrício expulsou o diabo da ilha e testemunhou a conversão do rei de Munster, Óengus mac Nad Froích, ao cristianismo, tornando-se assim no trono dos reis dessa província durante centenas de anos. Foi, por essa razão, sede dos monarcas de Munster, até à invasão normanda. Foi aí também que Brian Boru foi coroado Rei Supremo da Irlanda (ard rí) em 978.
É, pois, pertinente que, neste dia, visitemos também o Brian Boru Cultural Centre dedicado a esta figura histórica, que viveu entre 941 e 1014. Começou por ser rei de Munster, que unificou, transformando-a numa poderosa província. Tornou-se Rei Supremo após ter derrotado os Uí Néill, uma influente e notável dinastia que dominou a governação na Irlanda entre os séculos VI e X, e se afirmava descendente do rei de Tara, Niall Noígíallach ou Niall dos Sete Reféns, figura cuja vida está atestada em algumas fontes históricas, como o Lebor Gabála, bem como em narrativas mitológicas, como “As Aventuras dos Filhos Eochaid Mugmedon”. O Museu da Música Portuguesa, instalado num palacete localizado na Casa Verdades de Faria, no Monte Estoril, encontra-se associado a esta família, visto que foi mandado construir por Jorge O’Neill, um dos seus descendentes, em 1918. Ao iniciar uma nova dinastia, Brian Boru torna-se no criador da linhagem dos O’Briens que governou Munster até ao século XII, dela tendo provindo mais três reis supremos do território.
Teremos ainda oportunidade de passar pelo Castelo de Dunguaire, ou “Fortaleza (Dun) do Rei Guaire”, erguido em 1520 na baía de Galway, que deve o seu nome a Guaire Aidne mac Colmáin, rei de Connacht. É um dos castelos mais fotografados da Irlanda, não só pela sua beleza, mas também porque se encontra associado ao Revivalismo Celta, uma vez que foi local de reunião de vários dos seus autores mais consagrados como William Butler Yeats, Sean O’Casey e John Millington Synge.
Jantar e alojamento no Salthill Hotel 4* ou similar.

5º DIA – 23 JULHO (DOMINGO) – GALWAY | CLIFFS OF MOHER | BURREN | DOONAGORE CASTLE | GALWAY

Pequeno almoço no hotel.
Saída para as Falésias de Moher, que, com um comprimento aproximado de 8 km e uma altura máxima de 214m sobre o oceano Atlântico, proporcionam vistas deslumbrantes. Do seu topo, podem avistar-se as Aran Islands.
Continuação para o Parque Nacional de Burren, no Condado Clare. Burren tem origem na palavra irlandesa “Boíreann”, que significa local rochoso, perfeitamente adequado à extensão de 3000km de aérea rochosa com os mais variados habitats.
Passagem por Doonagore Castle (Dún na Gabhair ou “A Fortaleza dos Montes Redondos”), situado no topo de uma colina sobre a cidade de Doolin, de onde se pode também apreciar a beleza da paisagem circundante. Não é possível visitá-lo por dentro, visto que é propriedade privada desde 1970. Este castelo, construído no século XVI, começou por servir de ponto de orientação aos barcos que entravam no cais de Doolin. Em 1588, a tripulação de um dos barcos da Armada Espanhola, que naufraga junto à costa, procura abrigo no castelo, mas, em vez disso, mais de 170 dos seus membros aí encontram a morte por enforcamento.
Daqui partir-se-á para Galway onde se fará uma visita panorâmica da cidade, com destaque para a sua principal praça, a Praça Eyre, a ponte do açude (“Salmon Weir Bridge”), construída no séc. XIX e a única ainda existente sobre o rio Corrib, a Catedral de Nossa Senhora da Assunção e São Nicolau, inaugurada em 1965, sendo a última catedral de pedra a ser construída na Europa, o Arco Espanhol e a vila de Claddagh, uma antiga vila piscatória situada na baía de Galway.
Algum tempo livre.
Jantar e alojamento no Salthill Hotel 4* ou similar.

6º DIA – 24 JULHO (2ª FEIRA) – GALWAY / KYLEMORE / ATHLONE AREA

Pequeno almoço no hotel.
Partida em direção à região de Connemara, famosa pelo seu romantismo e pela sua inalterável beleza. A norte deparamo-nos com um cenário verdadeiramente espetacular, o porto de Killary. Continuação da viagem e visita da Abadia de Kylemore (entrada incluída) construída no século XIX para a família de Mitchell Henry, um médico inglês, que a teve em sua posse até 1903, ano em que foi comprada pelos duques de Manchester. No entanto, as dívidas que o duque e a duquesa acumulavam levaram-nos a vender a Abadia em 1920, que passou a acolher um mosteiro de freiras beneditinas, sendo estas, hoje em dia, as suas proprietárias. Aqui funcionou uma escola para raparigas até 2010.
Saída para a área de Athlone, já na província de Leinster, localizada junto ao vau do Shannon, rio com conotações mitológicas, assim denominado a partir de Sionnan, neta de Manannán mac Lir, deus do mar, que também se encontra relacionado com Brian Boru que aí instalou o seu exército em 1001.
Jantar e alojamento no Athlone Springs Hotel 4* ou  similar.

7º DIA – 25 JULHO (3ª FEIRA) - ATHLONE AREA | NEWGRANGE |HILL OF TARA | DUBLIN

Pequeno almoço no hotel.
Este dia será dedicado a dois locais profundamente ligados à tradição cultural e religiosa dos Irlandeses e seus antepassados celtas. Iniciaremos o dia com uma visita muito especial a Newgrange, monumento pré-histórico, do período neolítico, perto do rio Boyne, no condado de Meath, que datará de cerca de 3200 a.C, pelo que será ainda mais antigo do que as pirâmides egípcias ou Stonehenge. Consiste num monte funerário, onde foram encontradas ossadas humanas e ofertas votivas, que foi erguido tendo em conta a orientação do sol. De facto, no solstício de Inverno, precisamente no dia mais curto do ano, a câmara interior é inundada pelos raios de sol que aí entram por uma abertura sobre a entrada principal do monumento. Esta, por sua vez, possui à frente a famosa pedra da entrada onde se encontram gravados vários triskelion – três espirais entrelaçadas - que, para além de função decorativa, terão certamente significado religioso, revelando a importância que o número três tinha para as tribos celtas que ocuparam as Ilhas Britânicas.
Newgrange localiza-se no Vale do Boyne ou Brú na Bóinne, que contém ainda outras salas funerárias sob o solo, cobertas de terra ou de pedra, a que se tem acesso por um corredor, como
Knowth e Dowth, bem como mais de 90 monumentos do período do Neolítico. Toda a zona é mencionada nos mitos celtas registados nos manuscritos medievais irlandeses, nos quais é apresentada como um dos locais habitados pelos Tuatha De Danann, sendo a moradia de eleição de um dos deuses mais proeminentes destas narrativas – O Dagda – e de seu filho – Óengus Oc, o Eternamente Jovem.  Por essa razão, no folclore irlandês é encarado como um dos portais de entrada para o Outro Mundo – o mundo dos deuses e de todas as criaturas sobrenaturais que se deixam entrever em fases muitas específicas do calendário, em particular no Samain, celebrado entre os Celtas na passagem de dia 31 de Outubro para 1 de Novembro, dando origem ao Halloween.
Brú na Bóinne faz parte do Património Mundial da Unesco desde 1993.
Daí seguiremos para outro local sagrado, o Monte de Tara, associado à soberania irlandesa. De facto, entre os seus vários monumentos, que datam do Neolítico e da Idade do Ferro, encontra-se a pedra Lía Fáil ou Pedra do Destino que, segundo a tradição lendária soltava um grito sempre que dela se aproximasse o verdadeiro Rei da Irlanda, pelo que é local de coroação, de passagem da soberania para o rei e trono dos Reis Supremos do território. É central nas narrativas da mitologia celta, nas quais é referida como um dos quatro tesouros dos Tuatha De Danann. Contribui para a designação Inis Faíl (Ilha de Fáil), um dos nomes que os Tuatha De Danann atribuíram à Irlanda, antes de deixarem de ser vistos por olhos humanos.
Também nestas histórias, em Tara cruzam-se cinco estradas antigas, as slighe, formando o ponto de intersecção das províncias da Irlanda.
Tara inclui ainda um monte funerário, conhecido como “Monte dos Reféns”, cujos corredores se iluminam com o sol no Samain e no Imbolc, este último dedicado pelos Celtas à deusa Brigid e comemorado a 1 de Fevereiro.
Continuação para Dublin
Resto do tempo livre para desfrutar dos pubs de Dublin.
Jantar e alojamento no Hotel Address Connolly 4* ou similar

8º DIA – 26 JULHO (4ª FEIRA) - DUBLIN | LISBOA

Pequeno almoço no hotel. Transfer para aeroporto de Dublin. Formalidades de embarque em voo TAP direto para Lisboa. Hora prevista de saída 10h45. Chegada a Lisboa pelas 13h35.

Fim da viagem
Ver especialista

Angélica Varandas

Professora de História e Cultura Inglesa Medieval

Angélica Varandas é natural de Lisboa e Professora Auxiliar com Agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde se doutorou em 2003 com a dissertação: A Voz no Bestiário: Ecos da Raposa na Literatura Inglesa Medieval. Tem leccionado, desde 1990, na mesma Faculdade as disciplinas de Cultura Medieval, História e Cultura Inglesa Medieval, Língua Inglesa: Descrição do Sistema, Língua Inglesa: Análise e Produção de Texto e Ficção Científica e Fantasia de Expressão Inglesa.

É co-fundadora do curso de Pós-Graduação em Estudos Medievais no qual lecciona a disciplina de Literatura e Poética na Idade Média. Colabora ainda como docente no mestrado e doutoramento em Literaturas, Artes e Culturas Modernas sendo responsável pelo seminário de Tópicos em Estudos Ingleses: Literatura e Poética Inglesas.

É investigadora do CEAUL (Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa), sendo a investigadora principal do Grupo de Investigação 1 (Estudos Ingleses: Literatura) e um dos membros da Direcção.

Tem como áreas de interesse científico/investigação: literatura e cultura medievais, estudos celtas, medievalismo e neomedievalismo, literatura fantástica e ficção científica, linguística inglesa.

Do conjunto de publicações destacam-se os livros Mitos e Lendas: País de Gales, 2007 (Lisboa: Livros e Livros sob a chancela da Centralivros, 386 pp. - republicado pela Clássica Editora em 2012) e Mitos e Lendas Celtas: Irlanda, 2006 (Lisboa: Livros e Livros sob a chancela da Centralivros, 370 pp. - republicado pela Clássica Editora em 2012).
Publicou este ano, juntamente com Luísa Azuaga, a tradução de Beowulf para português a partir do inglês antigo (tradução acompanhada de introdução, notas, cronologia, glossários. Lisboa: Assírio e Alvim, 309 pp.). Editou também o livro Nólë Hyarmenillo. An Anthology of Iberian Scholarship on Tolkien. (com Martin Simonson e Nuno Simões Rodrigues, Zurich and Jena: Walking Tree Publishers).

É ainda autora de vários artigos e capítulos de livros. Entre os mais recentes destacam-se:
“The sacred space of gods and saints: some considerations about the sea and exile in Irish mythology and tradition” (Creating through Mind and Emotions. Mário Kong and Rosário Monteiro (eds.). Florida: CRC Press, Taylor and Francis, 2022, pp. 481-7);
"Celtic Imaginary: from medieval Dama Pé-de-Cabra to 19th Century patriotic versions" (Studies in Medievalism XXXI. Karl Fugelso (ed.). Cambridge: D. S. Brewer, 2022, pp. 201-229);
“Facing Hope: The Lord of the Rings, Beowulf and the Anglo-Saxon Elegiac Tradition” (Nólë Hyarmenillo. An Anthology of Iberian Scholarship on Tolkien. Angélica Varandas, Martin Simonson and Nuno Simões Rodrigues (eds.). Zurich and Jena: Walking Tree Publishers, 2022, pp. 29-55);
“Fantasy Literature and the Middle Ages” (Tradition and Innovation. Mário Kong and Rosário Monteiro (eds.). Florida: CRC Press, Taylor and Francis, 2021, pp. 467-71);
“Das trevas à luz: explorando o filme The Secret of Kells” (O Medievalismo no Século XXI. Isabel Barros Dias, Margarida Alpalhão e Margarida Pina (eds). Berlin: Peter Lang, 2020, pp. 275-287);
“Healing through Storytelling: Myth and Fantasy in Tomm Moore’s Song of the Sea” (Intelligence, Creativity and Fantasy. Mário Kong and Rosário Monteiro (eds.). Florida: CRC Press, Taylor and Francis, 2019, pp. 443-448);
“O Mar na Mitologia Celta” (Actas do XV Simpósio de História Marítima: O Mar como Futuro de Portugal (c. 1223 - c. 1448), A Propósito da contratação de Manuel Pessanha como Almirante por D. Dinis. Lisboa: Academia da Marinha, 2019, pp. 345-354);
"O Ataque de Grendel: Tradução Inédita a partir do Inglês Antigo” (Literatura-Mundo Comparada. Perspectivas em Português. Parte II, vol. 4. Lisboa: Tinta da China, 2018, pp. 285-288).
Encontra-se, neste momento, a escrever o capítulo “Religiões Celtas” para o livro Politeísmos Antigos, a ser publicado na Editora Manuscrito/Presença.

 

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Irlanda

desde 2925€

por pessoa

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Irlanda

desde 2925€

por pessoa

  • Preços por pessoa
    Mínimo de 20 participantes
  • Em quanto duplo
    2.925€
  • Suplemento quarto individual
    770€

 

Nota: Para partidas do Porto, por favor consulte-nos

 

O preço inclui

  • Passagem aérea em classe turística em voo regular da TAP Air Portugal, para percurso Lisboa / Dublin / Lisboa, com direito ao transporte de 23 kgs de bagagem;
  • Acompanhamento da Professora Angélica Varandas (FLUL);
  • Acompanhamento por responsável Novas Fronteiras durante todo o circuito;
  • Estadia de 7 noites em hotéis de 3*** e 4****em regime de meia pensão;
  • 7 Almoços em Pubs/Restaurantes locais desde o 1º até ao 7º dia;
  • Visitas de acordo com o itinerário;
  • Entradas: Trinity College, St Patrick Cathedral, National Museum of Ireland, Dublinia, Glendalough Visitor Centre, St Canices Cathedral, Rock of Cashel, Cliffs of Moher, Kylemore Abbey, Newgrange Chamber and Bru Na Broine Visitor Centre, Hill of Tara;
  • Autocarro de turismo;
  • Guia local de língua espanhola; Taxas hoteleiras, serviços e IVA;
  • Taxas de aeroporto, segurança e combustível no valor aprox.de €140,00 à data de 18/01/2023 (a reconfirmar e atualizar na altura da emissão dos bilhetes);
  • Seguro Multiviagens;

O preço não inclui

  • Extras de caráter particular;
  • Gratificações a guias e motoristas;
  • Bebidas às refeições;
  • Tudo o que não esteja como incluído de forma expressa;

 

NOTA IMPORTANTE:

A presente cotação está sujeita a reconfirmação mediante as disponibilidades de voo e hotéis à data da vossa reserva. Os valores acima apresentados poderão sofrer eventuais alterações em caso de significativas oscilações cambiais e/ou de custos de combustível e/ou eventuais novas taxas, tendo em conta a atual conjuntura internacional